#firstworldproblems: Quando os filmes longos ficam ainda mais longos
Resumo
O objetivo deste ensaio é identificar as maneiras através das quais os filmes longos podem ser vistos como um desafio à ideologia capitalista que subjaz a grande parte da vida contemporânea. Farei isto não através da identificação daquilo que constitui um filme longo, mas sim trabalhando com a própria relatividade do termo (não é como se todos os filmes com mais de, digamos, três horas de duração fossem sempre ‘longos’). Isto é, argumentarei que um filme se torna ‘longo’ quando contradiz as exigências da vida contemporânea sob o capitalismo. Explorarei então até que ponto esta contradição se aplica sempre se todos os filmes são, independentemente da sua duração, uma certa forma de espectáculo, e por isso não tanto um desafio, mas sim uma componente crítica da vida sob o capitalismo. Finalmente, sugerirei que é quando os filmes são desnecessariamente mais longos do que deveriam ser – como, por exemplo, quando a Internet não permite o visionamento online –, que temos, talvez, o desafio mais poderoso à ideologia ‘ocupada’ da vida sob o capitalismo.