Longo caminho da morte (1971) e as fronteiras entre o Cinema Novo e o Cinema Marginal

  • Gabriel Henrique de Paula Carneiro Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Artes, programa de Multimeios, Campinas/SP, 13083-854

Resumen

Pouco visto à época da realização, Longo caminho da morte (1971), de Júlio Calasso Jr., teve respaldo na historiografia do cinema brasileiro como um filme de invenção, o que o aproximaria ao Cinema Marginal, movimento que, para muitos críticos, rompeu com o Cinema Novo. No entanto, o filme traz características de ambos movimentos. O artigo pretende investigar os pontos de aproximação e de afastamento deste filme em relação tanto com o Cinema Novo quanto com o Cinema Marginal, e como ele pode ser entendido dentro desse tensionamento, sem se integrar completamente em qualquer um destes recortes.

Biografía del autor/a

Gabriel Henrique de Paula Carneiro, Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Artes, programa de Multimeios, Campinas/SP, 13083-854

Gabriel Carneiro é jornalista, diretor de filmes, crítico e pesquisador de cinema, Doutorando e Mestre em Multimeios, pelo Instituto de Artes, da Universidade Estadual de Campinas. Sócio fundador da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Escreveu, entre outros, para a Revista de Cinema e para os sites Revista Zingu! e Cinequanon. Colaborou com Enciclopédia de Cinema Brasileiro do Itaú Cultural e com diversos catálogos e livros. Organizou, com Paulo Henrique Silva, os livros Animação brasileira: 100 filmes essenciais (Letramento, 2018) e Curta brasileiro: 100 filmes essenciais (Letramento, 2019).

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Publicado
2020-01-22