Do Espaço Intimista à Criação do Real: Uma entrevista com Rui Simões
Resumo
Rui Simões tem uma das mais longas carreiras no cinema documental português. Como ponto de partida para esta entrevista foram escolhidos alguns dos seus filmes documentais, designadamente Ilha da Cova da Moura (2010), Kolá San Jon é Festa di Kau Berdi (2011) e Alto Bairro (2014), com o propósito de revelar a visão antropológica do realizador, assente na busca permanente pela autenticidade e a construção do ‘real’, criando filmes que nos permitem um olhar novo, quer se trate de um individuo, uma comunidade, um lugar, um tempo ou um acontecimento. O cineasta documental tenta relacionar-se e gerar empatia com a realidade do outro, assente no pressuposto de que todo ser humano é dotado de sensibilidades, crenças, tradições culturais, e contextos educacionais e sociopolíticos. Neste sentido, a entrevista questiona até que ponto Rui Simões consegue despojar-se do seu eu enquanto criador do cinema documental.
Referências
Costa, Carla Sofia Queiroz da. 2018. Património Cultural Imaterial: Políticas patrimoniais, agentes e organizações. O processo de patrimonialização do Kola San Jon em Portugal. Tese de Doutoramento em Antropologia. Lisboa: FCSH NOVA.
Robert-Gonçalves, Mickaël. 2018. Cinéma portugais en révolution. 1974-1982: genèse, enjeux, perspectives. Tese de doutoramento. Université Sorbonne Nouvelle – Paris 3.