A inteligência de uma atriz-máquina. Entrevista com Hazel Orencio, estrela e braço direito do realizador filipino Lav Diaz

  • Lúcia Ramos Monteiro ECA, Universidade de São Paulo, 05508-020, São Paulo.
  • Clément Dumas Université Paris 1 Panthéon-Sorbonne, 75013, Paris.
Palavras-chave: acting studies, cinema asiático, Lav Diaz, Hazel Orencio, cinema das Filipinas

Resumo

Nascida em 1986 em Antipolo, no norte das Filipinas, Hazel Tapales Orencio estudou teatro na Universidade Politécnica das Filipinas e desde então vem trabalhando como atriz no teatro e no cinema. Ela trabalha intensamente com Lav Diaz, tanto como atriz quanto como uma espécie de braço direito do realizador independente, figura de proa de um grupo conhecido atualmente como "a nova Era de Ouro" do cinema nacional. Parte das cerca de dez pessoas que costumam trabalhar com Lav Diaz – o "skeleton crew", como costumam autodenominar-se – ela se alterna entre assistência de direção, gerência de produção, direção de casting, design de produção, design de figurino... E é responsável pela maior parte das legendas de seus filmes. Premiada por sua performance e selecionada para mostras competitivas em alguns dos mais importantes festivais do mundo (Cannes, Locarno, Veneza, Berlim), ela vive modestamente em um país onde a cultura, para o bem e para o mal, não está entre as principais preocupações da política. Nesta entrevista, que ocorreu em diversas sessões entre fevereiro e abril de 2019, seu último filme com Lav Diaz (Ang Hupa, 2019) estava sendo editado. Em uma conversa por e-mail e Skype, Hazel Orencio fala de atuação, do método Lav Diaz e de trabalhar nas Filipinas de Rodrigo Duterte – o que pode significar filmar na Malásia e andar pelas ruas sob disfarce.

Biografias Autor

Lúcia Ramos Monteiro, ECA, Universidade de São Paulo, 05508-020, São Paulo.
Doutora em cinema pela Universidade Sorbonne Nouvelle Paris 3 e pela Universidade de São Paulo. Pesquisadora em pós-doutorado na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), com apoio da Fapesp.
Clément Dumas, Université Paris 1 Panthéon-Sorbonne, 75013, Paris.

Clément Dumas é doutorando em estudos cinematográficos pela Universidade Paris 1 Panthéon-Sorbonne e membro-associado do Instituto de Estudos da Ásia Oriental (IAO) de Lyon. Ele prepara uma tese sobre as teorias da memória moderna e sua aplicação em um corpus de filmes asiáticos (Lav Diaz, Apichatpong Weerasethakul e Wang Bing). Ele foi aluno da Escola Normal Superior (ENS) de Lyon.

Publicado
2019-08-20