Música ‘Nacional’ e Redes Intertextuais em Adaptações de Livros Brasileiros no Cinema Novo: Os casos de Menino de engenho (1965) e Capitu (1968)
Resumo
Este artigo analisa o emprego de música preexistente nos filmes Menino de engenho (Walter Lima Jr, 1965) e Capitu (Paulo César Saraceni, 1968), ambas adaptações de obras literárias brasileiras, como uma faceta da afirmação da identidade nacional, em conformidade com o projeto do Cinema Novo. Menino de engenho se centra, principalmente, na música de Villa-Lobos, compositor nacionalista brasileiro, enquanto Capitu integra compositores brasileiros de diversas épocas. Por meio de procedimentos de análise fílmica e da pesquisa de arquivos fonográficos, a partir da perspectiva de estudos interartes de Claus Clüver, destacamos as relações intertextuais evocadas pelas músicas desses filmes com o romantismo musical e pictórico, com outros filmes do Cinema Novo e do pioneiro Humberto Mauro, além de outras referências (como a peça Othello, de William Shakespeare). Observamos a conformidade da música com a estética do cinema moderno, embora, por vezes, mantendo códigos do cinema clássico.
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