Entre a Mitologia Indígena e o Fora de Campo: Notas sobre a espectralidade em Hamaca Paraguaya (2006)
Resumo
O presente ensaio analisa o filme Hamaca paraguaya (2006), de Paz Encina, o primeiro longa-metragem realizado no Paraguai desde 1978, para discutir a maneira como a cineasta paraguaia concebe a transmutação do mito indígena dos guaranis para a linguagem cinematográfica e ficcional. O texto examina escolhas formais do filme de Encina, tais como a dessincronização entre a imagem e o som e, sobretudo, seu importante e singular exercício estético e temporal com o fora de campo a partir de sua espectralidade e de suas encenações entre o visível e o invisível.
Referências
Agamben, Giorgio. 2016. “As lembranças, por favor não.” Disponível em: https://flanagens.blogspot.com/2016/01/as-lembrancas-por-favor-nao.html. Acesso em: 21/03/2022.
Assmann, Jan. 2016. “Memória comunicativa e memória cultural.” História Oral 19(1): 115-128.
Aumont, Jacques. 2004. O olho interminável. Cinema e pintura. São Paulo: Cosac Naify.
Badiou, Alain. 2013. Cinema. Cambridge/Malden: Polity Press.
Bastos, Augusto Roa. 1984. “La narrativa paraguaya en el contexto de la narrativa hispanoamericana actual.” Revista de Crítica Literaria Latinoamericana 10(19): 7-21.
Benjamin, Walter. 1989. Magia e técnica, arte e política. São Paulo: Brasiliense.
__________. 2004. Libro de los pasajes. Madrid: Akal.
__________. 2005. “Teses sobre o conceito de história.” Em Walter Benjamin – aviso de incêndio, ed. Michael Löwy. São Paulo: Boitempo.
Bergson, Henri. 2006. Memória e vida. São Paulo: Martins Fontes.
__________. 2010. Evolução criadora. São Paulo: Ed. UNESP.
Blumenberg, Hans. 2003. Trabajo sobre el mito. Barcelona: Paidós.
Brasil, André e Belisário, Bernard. 2016. “Desmanchar o cinema: variações do fora-de-campo em filmes indígenas.” Sociol. Antropol. 6: 601-634.
Burch, Noël. 1992. Práxis do cinema. São Paulo: Perspectiva.
Burdorf, Dieter. 2007. Begriffe und Definitionen. Stuttgart: Metzler.
Chamorro, Graciela. 2004. Teología guaraní. Quito: Abya Yala.
Colombres, Adolfo. 2008. Los guaraníes. Buenos Aires: Del Sol.
Deleuze, Gilles. 1999. Bergsonismo. Tr. Luiz Orlandi. São Paulo: Ed. 34.
__________. 2003. Lógica do sentido. São Paulo: Perspectiva.
__________. 2009. A imagem-movimento. Cinema I. Lisboa: Assírio & Alvim.
Derrida, Jacques. 1994. Espectros de Marx: o estado da dívida, o trabalho do luto e a nova Internacional. Rio de Janeiro: Relume-Dumará.
__________. 1995. Dar el tiempo. La moneda falsa. Barcelona/Buenos Aires: Paidós.
__________. 2004. Gramatologia. São Paulo: Perspectiva.
Didi-Huberman, Georges. 2015. Falenas. Ensayos sobre la aparición 2. Santánder: Shangrila Textos Aparte.
Dunn, Oliver e Kelley, James. 1991. The Diario of Christopher Columbus's First Voyage to America, 1492-1493. Oklahoma: University of Oklahoma Press.
Encina, Paz. 2010. “La hamaca paraguaya. Notas da diretora Paz Encina.” Disponível em: https://www.filmin.es/blog/la-hamaca-paraguaya-notas-de-la-directora-paz-encina. Acesso em: 04/05/2021.
Fall, Yoro. 1992. “Historiografia, sociedades y conciencia histórica en Africa.” Em Africa inventando el futuro. México: El Colegio de México.
Ginzburg, Jaime. 2012. “A interpretação do rastro em Walter Benjamin.” Em Walter Benjamin: rastro, aura e história, ed. Sabrina Sedlmayer e Jaime Ginzburg, pp. 27-38. Belo Horizonte: Editora UFMG.
Guldberg, Horacio Cerruti. 2000. Diccionario de filosofia Latinoamericana. Cidade do México: UAEM.
Halbwachs, Maurice. 1990. A memória coletiva. São Paulo: Vértice/Revista dos Tribunais.
Lapoujade, David. 2017. Existências mínimas. São Paulo: n-1 edições.
Lévi-Strauss, Claude. 1955. “The Structural Study of Myth.” The Journal of American Folklore 68(270): 428-444.
__________. 1970. Antropologia estrutural. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro.
Martins, Leda. 2003. “Performances da oralitura: corpo, lugar da memória”. Letras N.º 26 – Lingua e Literatura: Limites e Fronteiras: 63-81.
Morel, Hector e Moral, José Dalí. 1988. Diccionario mitológico americano. Buenos Aires: Kier.
Oudart, Jean-Pierre. 1969. “La suture”. Cahiers du cinéma 211(36-39 e 212): 50-55.
Paz, Octavio. 1984. Claude Lévi-Strauss o el nuevo festín de Esopo. Ciudad de México: Mortiz.
Rancière, Jacques. 2005. A partilha do sensível: estética e política. São Paulo: EXO Experimental/Editora 34.
Reitböck, Petra. 2015. “¿Narrar para sobrevivir? Mitos prehispánicos en Hamaca paraguaya de Paz Encina”. QVR 46: 39-53.
Villar, António Mérida. 2013. “Mitos sobre mariposas.” Fotos (blogue). https://bityli.com/fVDh8. Acesso em: 01/05/2021.
Weschenfelder, Ricardo. 2020. A imagem invisível no cinema. Brusque: Ed. UNIFEBE.
Woolf, Virginia. 1970. The death of moth and other essays. New York: HBJ book.
Filmografia
Hamaca paraguaya. Dir. Paz Encina. Slot Machine. Paraguai/Argentina et al, 2006. 78 mins.
Ejercicios de memoria. Dir. Paz Encina. Constanza Sanz Palacios Films em coprodução com Silencio Cine, MPM Film, Autentika Films e Doha Film Institute. Paraguai/Argentina, 2016. 70 mins.