Sob o Signo da Igualdade: A democracia estética em Hiroshima mon amour (1959), de Alain Resnais

Palavras-chave: Efeito de igualdade, Alain Resnais, Hiroshima mon amour, arte e política

Resumo

Em suas análises sobre a ficção moderna, Jacques Rancière contesta o clássico estudo de Roland Barthes sobre o efeito de real na literatura. Buscando dar conta da dimensão política envolvida no excesso descritivo da ficção realista, Rancière faz uso do termo ‘efeito de igualdade’. À luz desse conceito, o objetivo central deste artigo é examinar as formas de realização dessa ‘democracia estética’ no cinema de Alain Resnais. Mais especificamente, buscamos analisar como o filme Hiroshima mon amour (1959) enseja uma outra divisão do sensível ao questionar a categorização dos gêneros cinematográficos e a hierarquia dos temas da obra.

 

Referências

Baecque, Antoine de. 2010. Cinefilia: Invenção de um olhar, história de uma cultura. São Paulo: Cosac Naify.

Barthes, Roland. 1972. “Efeito de real”. In Literatura e semiologia, editado por Antônio Sérgio Mendonça e Luiz Felipe Baeta Neves, 35-44. Petrópolis: Vozes.

Bazin, André. 2014. “O realismo cinematográfico e a escola italiana da Libertação”. In O que é o cinema?, editado por Lívia Lima, 281-306. São Paulo, Cosac Naify.

Deleuze, Gilles. 2018. A Imagem-Tempo. São Paulo: editora 34.

Didi-Huberman, Georges. 2017a. Cascas. São Paulo: Editora 34.

_______. 2017b. “Povos expostos, povos figurantes”. Vista: Revista de Cultura Visual 1(1): 16-31. https://doi.org/10.21814/vista.2963

Duras, Marguerite. 1960. Hiroshima Mon Amour. Paris: Gallimard.

Gomes, Paulo Emílio Sales. 2015a. “A pele e a paz”. In O Cinema no Século, editado por Carlos Augusto Calil e Adilson Mendes. São Paulo: Companhia das Letras.

_______. 2015b. “Não gostar de Hiroshima”. In O Cinema no Século, editado por Carlos Augusto Calil e Adilson Mendes. São Paulo: Companhia das Letras.

Huyssen, Andreas. 2014. Culturas do Passado-presente: Modernismos, artes visuais, políticas da memória. Rio de Janeiro: Contraponto.

Marques, Ângela Cristina Salgueiro e Prado, Marco Aurélio Máximo. 2018. “O método da igualdade em Jacques Rancière: entre a política da experiência e a poética do conhecimento”. Mídia e Cotidiano 12 (3): 7-32. https://doi.org/10.22409/ppgmc.v12i3.27105

Pingaud, Bernard. 2002. “À propôs d’Hiroshima mon amour”. In Positif, revue de cinéma: Alain Resnais, editado por Stéphane Goudet, 66-86. Paris: Gallimard.

Rancière, Jacques. 2009. A Partilha do Sensível. São Paulo: Editora 34.

_______. 2010. “O Efeito de realidade e a Política da Ficção”. Novos Estudos CEBRAP 86 (1): 75-99. https://doi.org/10.1590/S0101-33002010000100004

_______. 2012a. “Se o irrepresentável existe”. In O Destino das Imagens, 119-149. Rio de Janeiro: Contraponto.

_______. 2012b. O Espectador Emancipado. São Paulo: Editora Martins Fontes.

_______. 2013. A Fábula Cinematográfica. Campinas, SP: Papirus.

_______. 2017. O Fio Perdido: Ensaios sobre a ficção moderna. São Paulo: Martins Fontes.

_______. 2018. O Desentendimento. São Paulo: Editora 34.

Rocha, Glauber. 2008. “Primeira visão de Hiroshima”. In Retrospectiva Alain Resnais: A revolução discreta da memória, editado por Cristian Borges, Gabriela Campos e Ines Aisengart. Rio de Janeiro: CCBB.

Seguin, Louis et al. 2002. “Quoi de neuf? Débat”. In Positif, revue de cinéma: Alain Resnais, editado por Stéphane Goudet, 55-65. Paris: Gallimard.

Wilson, Emma. 2009. Alain Resnais. Manchester: Manchester University Press.

Publicado
2021-07-12