Sob o signo do provisório: um diretor entre três cidades
Resumo
Este artigo é dedicado à análise do filme brasileiro A Vida Provisória (1968), do diretor Maurício Gomes Leite. A partir dele, estabelece-se uma discussão sobre a relação entre cinema e cidade. Para tanto, propõe-se deslocar a atenção do estudo da memória de sua especificidade temporal para a espacial, buscando entender como o cinema potencializa a discussão entre a cidade real e o discurso feito sobre as cidades. Para o exercício da análise fílmica elegem-se três principais categorias: a presença e os significados que reverberam a exposição das cidades do Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília na trama do filme; mimese entre diretor e personagem principal; e a tessitura do provisório na vida das personagens e a relação com o tempo histórico de realização do filme, em plena Ditadura Militar.