II Jornadas da AIM
13 Outubro 2010 | 17h
Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra
[programa em pdf]
Localização e transportes: Anfiteatro VI (3.º piso) - Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Largo da Porta Férrea - 3004-530 Coimbra
Autocarros dos SMTUC: Linha n.º 1
Mapa: http://www.uc.pt/informacaopara/estudantes/espacos
Nestas II Jornadas serão apresentados os trabalhos de um pós-doc e de dois doutoramentos em curso na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra relacionados, respectivamente, com a legislação sobre cinema entre 1896 e 1974, a questão da moral na obra do cineasta João César Monteiro e a institucionalização do Novo Cinema Português , cruzando-se abordagens estéticas, filosóficas, históricas e institucionais do cinema. Comunicação de Catarina Maia, Jorge Seabra e Paulo Cunha.
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COMUNICAÇÕES
Catarina Maia - FLUC
A moral no cinema de João César Monteiro
Nesta apresentação pretende-se explorar a questão da moral na obra do cineasta João César Monteiro. Para isso proponho uma distinção fundamental entre duas éticas diversas: uma tendo como base a teleologia aristotélica e cristã; e outra a que chamei pós-kantiana. Sendo que as duas convivem lado a lado, a primeira no seu método de filmar, a segunda essencialmente na performance da personagem (ou personagens avatares) de João de Deus interpretada pelo próprio realizador.
A obra de Monteiro, e muito especialmente a personagem João de Deus, por ele inventada, inscreve-se de forma complexa e curiosa no seio da história da moral contemporânea. É, por assim dizer, em muitos aspectos o seu palco, oferecendo pontos de contacto que tentarei aqui explorar.
[Catarina Maia é licenciada em Estudos Artísticos, variante de Cinema, pela Universidade de Coimbra (2007). Fez o curso de especialização em Estudos Fílmicos e da Imagem na mesma universidade (2008). É bolseira da FCT e prepara o seu doutoramento em Estudos Fílmicos com uma tese sobre A moral no cinema de João César Monteiro.]
Jorge Seabra - FLUC
O cinema no discurso do poder. Dicionário sobre legislação cinematográfica. 1896 - 1974
O cinema no discurso do poder é um projecto de pós doutoramento que procura perceber como é que o poder político se relacionou com a instituição cinematográfica portuguesa desde 1896 até 1974.
Entendendo a legislação como discurso normativo através da qual o poder foi manifestando a sua vontade reguladora e directiva, a investigação tem por finalidade a criação de um dicionário que apresente as principais linhas evolutivas sobre a forma como o período final da Monarquia Constitucional, a Primeira República e o Estado Novo exerceram o seu poder o cinema.
O dicionário encontra-se já em fase de redacção, e embora não seja ainda possível determinar o seu total de entradas, aquele irá circular em torno de seis temas fundamentais que emergem a partir do corpo legislativo até ao momento recolhido, nomeadamente os organismos inspectivos e respectivas finalidades, o cinema educativo e a propaganda, os critérios e organismos de funcionamento da censura, a organização do sector industrial, a estruturação do espectáculo cinematográfico e os direitos e deveres dos profissionais do sector.
[Professor na Universidade de Coimbra, na qual se licenciou, fez mestrado e doutoramento, desenvolve investigação nas relações entre a história e o cinema desde 1990, tendo produzido nesse âmbito Cinema, império e memória. O caso Chaimite de Jorge Brum do Canto (tese de mestrado, 1993), África nossa. O império colonial na ficção cinematográfica portuguesa (tese de doutoramento, 2007). A sua área principal de investigação situa-se no tema do colonialismo e do pós-colonialismo, no âmbito do qual tem orientado trabalhos de pesquisa, efectuado publicações e comunicações. Neste momento, está a elaborar um dicionário sobre legislação cinematográfica portuguesa entre 1896 e 1974, projecto apoiado pela FCT.]
Paulo Cunha - CEIS20 - UC
Tentativas de renovação no cinema português (1949-1980)
Esta apresentação pretende analisar as tentativas de renovação no Cinema Português verificadas entre o abandono de António Ferro da direcção do SPN/SNI (1949) e a remodelação da Cinemateca Portuguesa no contexto da reorganização institucional do pós-25 de Abril (1980).
Os objectivos desta apresentação serão: conhecer as principais características do designado Novo Cinema Português, nomeadamente as divergências e polémicas que ainda hoje subsistem sobre a sua designação e datação, e conhecer os projectos que foram sendo apresentados por uma nova mentalidade cinéfila e analisar as obras fílmicas e escritas produzidas nesse período sob o ponto de vista estético e ideológico.
[Membro do Centro de Estudos Interdisciplinares do Séc. XX da Universidade de Coimbra. Licenciado e Mestre em História. Doutorando em História Contemporânea na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Bolseiro da Fundação para a Ciência e Tecnologia. Responsável pelo blogue Novo Cinema Português 1949-80 (http://ncinport.wordpress.com/).]