Corpo, espaço e as políticas do movimento nos filmes de Kelly Reichardt
Resumo
O presente artigo analisa a construção do espaço fílmico no cinema de Kelly Reichardt, especialmente nos filmes Wendy e Lucy (2008) e O atalho (2010), a partir dos padrões de movimento encenados pelo corpo dos personagens. Para isso, o artigo problematiza o conceito de paisagem, buscando reconhecê-lo em relação à ideia de tarefagem, como é apresentado por Tim Ingold, e portanto em uma determinada relação com o corpo. Nesse sentido, busca-se ler o espaço fílmico em conjunto com esses padrões de movimento e, portanto, em uma consideração histórica e sócio-geográfica da paisagem representada. Desse modo, reconhecendo, em uma materialização fílmica comum, corpo, paisagem e movimento.
Referências
Bibliografia
Butler, Judith, e Athena Athanasiou. 2013. Dispossession: the performative in the political. Cambridge: Polity Press.
Careri, Francesco. 2013. Walkscapes: o caminhar como prática estética. São Paulo: G. Gili.
Certeau, Michel de. 1998. A invenção do cotidiano. Petrópolis: Editora Vozes.
Dillard, Clayton. 2016. “Interview: Kelly Reichardt on Certain Women and the politics of anger”. Acesso em: 09 de junho de 2019. https://www.slantmagazine.com/features/article/interview-kelly-reichardt-on-certain-women-and-the-politics-of-anger.
Fusco, Katherine, e Nicole Seymour. 2017. Kelly Reichardt. Urbana: University of Illinois Press.
Gilbey, Ryan. 2011. “Kelly Reichardt: how I trekked across Oregon for Meek’s Cutoff then returned to teaching”. Acesso em: 09 de junho de 2019. https://www.theguardian.com/film/2011/apr/09/kelly-reichardt-meeks-cutoff.
Gorfinkel, Elena. 2016. “Exhausted drift: austerity, dispossession and the politics of slow in Kelly Reichardt’s Meek’s Cutoff”. Em Slow cinema, editado por Tiago de Luca e Nuno Barradas Jorge, 123-136. Edinburgh: Edinburgh University Press.
_________. 2012 “Weariness, waiting: enduration and art cinema’s tired bodies”. Discourse 34 (2-3): 311-347. https://muse.jhu.edu/article/522516.
Grosz, Elizabeth. 1992. “Bodies-cities”. Em Sexuality & Space, editado por Beatriz Colomina, 241-254. Nova York: Princeton Architectural Press.
Harvey, David. 2003. El nuevo imperialismo. Madrid: Akal.
Ingold, Tim. 2015. Estar vivo: ensaios sobre movimentação, conhecimento e descrição. Petrópolis: Vozes.
______. 1993. “The temporality of the landscape”. World Archaeology 25 (2): 151-174. doi: 10.1080/00438243.1993.9980235.
Lefebvre, Martin. 2006. Landscape and film. Nova York: Routledge.
Levitt, Jeremy I., e Matthew C. Whitaker. 2009. Hurricane Katrina: America’s unnatural disaster. Lincoln: University of Nebraska Press.
Limerick, Patricia Nelson. 1994. “The adventures of the frontier in the twentieth century”. Em The frontier in American culture, editado por James R. Grossman, 67-102. Berkeley: University of California Press.
Longworth, Karina. 2011. “Kelly Reichardt explains “Meek’s Cutoff”, her latest road movie”. Acesso em: 09 de junho de 2019. https://archives.sfweekly.com/sanfrancisco/kelly-reichardt-explains-meeks-cutoff-her-latest-road-movie/Content?oid=2181363.
Luca, Tiago de, e Nuno Barradas Jorge. 2016. Slow cinema. Edinburgh: Edinburgh University Press, 2016.
Marx, Leo. 2000. The machine in the garden: technology and the pastoral ideal in America. Nova York: Oxford University Press.
Nancy, Jean-Luc. 2005. The ground of image. Nova York: Fordham University Press.
Schafer, R. Murray. 1994. Our sonic environment and the soundscape: the tuning of the world. Rochester: Destiny Books.
Silko, Leslie Marmon. 2010. The turquoise ledge. Nova York: Penguin.
Filmografia
Meek’s Cutoff [longa-metragem, arquivo digital] Dir. Kelly Reichardt. Evenstar Films et al., EUA, 2010. 102 min.
Old Joy [longa-metragem, arquivo digital]. Dir. Kelly Reichardt. Film Science et al., EUA, 2006. 76 min.
Wendy and Lucy [longa-metragem, arquivo digital]. Dir. Kelly Reichardt. Film Guide Films et al., EUA, 2008. 80 min.
Os textos publicados na Aniki têm uma Licença Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional.
Autores conservam os direitos de autor e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite a partilha do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Os autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Os autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir o seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
Foram feitos todos os esforços para identificar e creditar os detentores de direitos sobre as imagens publicadas. Se tem direitos sobre alguma destas imagens e não foi corretamente identificado, por favor, contacte a Aniki e publicaremos uma correcção num dos próximos números.