“Meu canto de morte, guerreiros, ouvi”: intermidialidade e tensões do colonialismo em Amélia (2000)
Resumo
Esta pesquisa tem como objetivo analisar o filme Amélia (2000), escrito e dirigido pela cineasta brasileira Ana Carolina, a partir dos usos diegéticos de formas artísticas, como a poesia romântica I-Juca Pirama, de Gonçalves Dias e o teatro francês de Sarah Bernhardt. De acordo com as proposições da intermidialidade, que investiga as configurações intermidiáticas formadas pelo cruzamento entre cinema e outras artes, almejamos demonstrar como poesia e teatro engendram a construção de novas camadas de sentidos na narrativa fílmica e, consequentemente, remetem a diferentes temporalidades históricas, como o período colonial e os anos 2000. Busca-se, assim, contribuir para aprofundar os estudos sobre a história do cinema de autoria feminina através da compreensão de relações intermidiáticas no cinema brasileiro contemporâneo, em especial, o cinema da Retomada.