Jogo e conspiração em Hollywood: o Portugal que não foi

  • Rui Lopes Universidade Nova de Lisboa, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Instituto de História Contemporânea, 1069-061, Lisboa
Palavras-chave: cinema, Estado Novo, Hollywood, II Guerra Mundial

Resumo

A Segunda Guerra Mundial foi um ponto de viragem na construção de um discurso acerca de Portugal que foi disseminado pela ficção audiovisual norte-americana e, por extensão, na forma como a cultura de massas imaginou este país no contexto internacional durante a ditadura do Estado Novo. Este artigo analisa os argumentos de dois projetos da Warner Brothers – The Gamblers (escrito em 1942, não rodado) e The Conspirators (escrito e produzido em 1943/1944) –, concluindo que a influência de Washington no sentido de alinhar o cinema com a propaganda de guerra e, sobretudo, a lógica de produção de ficção de Hollywood contribuíram para obscurecer na imagem de Portugal então moldada (e subsequentemente replicada) o que poderia ter sido uma visão mais crítica da neutralidade portuguesa, da ditadura salazarista e da própria história do país.

Biografia Autor

Rui Lopes, Universidade Nova de Lisboa, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Instituto de História Contemporânea, 1069-061, Lisboa
Rui Lopes é investigador do Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa (NOVA FCSH). Doutorou-se em História Internacional na London School of Economics and Political Science e é autor do livro West Germany and the Portuguese Dictatorship, 1968-1974: Between Cold War and Colonialism (Palgrave MacMillan 2014), bem como de vários artigos sobre a dimensão internacional do Estado Novo. Actualmente, a sua investigação debruça-se sobre as imagens da ditadura e colonialismo portugueses na ficção audiovisual de diferentes países. É também membro do conselho editorial da revista Práticas da História: Journal on Theory, Historiography and Uses of the Past.
Publicado
2019-02-04